O mercado de franquias de alimentação vai crescer até o final do ano. Essa previsão é de fácil compreensão. Em um momento pós-pandemia, com a diminuição da restrição de distanciamento e do risco de contágio, a tendência é que a população busque por atividades que estavam impedidas de fazer, como frequentar restaurantes por exemplo. Isso se reforça ao projetarmos o retorno dos funcionários as atividades normais e portanto, consumindo esse serviço no seu horário de almoço.

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (Abia) afirma que existem no país 835 redes de lojas de alimentação, com mais de 35 mil unidades espalhadas pelo país. Somadas, o faturamento delas chega a R$ 51 bilhões. Para a entidade, são essas redes que melhor vão resistir à crise.

Teremos muitos negócios que não vão reabrir, é uma questão relacionada ao dinheiro trocando de mãos. E um risco em negócio é comprovadamente muito menor em franquias do que negócios do que iniciam do zero.

As lojas de rua terão uma retomada mais consistente antes dos shoppings centers, que não chegam sequer a 20% do movimento que tinham antes naqueles que já reabriram as portas. Xavier considera que os shoppings vão demorar para reagir à crise.

O funil será mais rigido

Por mais animador que seja o aumento da quantidade de franquias vendidas e do surgimento de novas redes, a escolha dos novos franqueados será ainda mais criteriosa.

O empresário carioca Luiz Coelho, proprietário de franquias das marcas Spoleto, Bob’s e Espetto Carioca, explica que os franqueados hoje não podem ser mais apenas meros investidores. As redes vão buscar empreendedores que efetivamente coloquem a mão na massa.

Para ele, quem já tem uma franquia ou experiência com administração será mais bem sucedido na seleção das franqueadoras, que vão enxergar nele uma possibilidade muito menor de fechar uma unidade. Já os que não vão passar por essa crise são aqueles que administravam com dificuldade o negócio.

“Vai se valorizar mais a otimização dos custos, fazer mais com menos, pensar mais atentamente em expansão [na questão de], despesa e receita para melhorar a eficiência dos negócios”, diz.

Formatos mais promissores

As franquias de alimentação continuarão tendo bom rendimento, principalmente aquelas instaladas dentro de outros negócios — as chamadas store in store. São opções que otimizam custos e agregam novos canais de venda.

São negócios que existem pouco hoje em dia, mas que vão surgir cada vez mais, como uma franquia de comida congelada dentro de um salão de beleza, por exemplo, e assim por diante.

Outra tendência é do crescimento de negócios digitais de plataformas de delivery e de gestão comercial de serviços, com custos cada vez mais baixos baseados na tecnologia.